Coletivo “Mulheres Maravilhosas”

Em 01/10/2021, houve o lançamento da coletânea “No Baú da Vovò”. Sinto-me honrada e feliz em participar desse projeto e ter colaborado para o livro com minha poesia. No total, duzentas autoras compuseram essa edição.

É a 3a. campanha do Canal Sororidade: Todas pela Cultura, inscrita no Fórum Social Mundial (FSM), com objetivo de incentivar mais mulheres a publicarem seus textos. Outras campanhas serão lançadas em breve. Escritoras, junte-se a nós!
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O livro pode ser adquirido pelo site Clube de Autores ( link https://bityl.co/91YB ) ou baixando gratuitamente o e-book pelo site Recanto da Letras ( link https://bityl.co/91YC )

PARTICIPAÇÃO NA COLETÂNEA “NO BAÚ DA VOVÓ”CANAL SORORIDADE: TODAS PELA CULTURA

POESIA

A TRANÇA DA VOVÓ

L.H. LOURENÇO

Minha vovozinha sempre dizia,

Que na infância de trança vivia.

De tão comprida que era,

Na sua cintura batia.

Quando ficou mocinha,

O cabelo cortou.

E a linda trança,

Num baú ela guardou.

Tristeza ela sempre sentia

Ao me contar essa história,

Em dias em que só de lembranças vivia.

Não queria dar a mão à palmatória,

Pois como a trança sumiu, não sabia.

Lamentava que da sua trajetória,

Para mostrar aos netos, pouca coisa existia.

PARTICIPAÇÃO NA COLETÂNEA MULHERES MARAVILHOSAS VOLUME II – SONHO MEU – HOMENAGEM A DONA IVONE LARA.

MINI CONTO

UMA GUERREIRA INESQUECÍVEL

L.H. LOURENÇO

Pessoas destinadas a grandes feitos nascem em todos os lugares do mundo e com condições sociais diversas. Quando uma mãe dá à luz uma criança, não é possível identificar, naquele pequeno e indefeso ser, quais serão seus feitos no futuro e quanto sua missão de vida impactará outras pessoas.

Uma menina negra, que ainda criança já era órfã de pai e mãe, com certeza teve desafios enormes desde cedo. Sua alma guerreira não se deixou abater. Sua sensibilidade musical se manifestou ainda na adolescência e, apesar da sua vocação para a música, essa mulher excepcional, tornou-se enfermeira e depois fez Faculdade de Assistência Social, sendo uma das primeiras mulheres negras com formação universitária no Brasil. Na enfermagem, sua compaixão pelos doentes mentais a levou a participar da Reforma Psiquiátrica do Brasil, vindo a humanizar o tratamento de saúde, iniciando até um programa de terapia musical para os pacientes.

Dificuldades foram muitas: a viúves e, posteriormente, a perda de um de seus dois filhos, porém ela não se deixou abalar. Fez da música sua válvula de escape e compôs inúmeros sambas. Tornou-se membro do time de compositores da Império Serrano que, na época, era reduto masculino. Profissionalizou-se como cantora e compositora, vindo a ganhar o título de Grande Dama do Samba. Em 2015, entrou para a lista das “Dez Grandes Mulheres que Marcaram a História do Rio.”

Dona Ivone Lara partiu aos 96 anos. Uma Mulher Maravilhosa de quem nós, brasileiros, devemos nos orgulhar e tê-la como inspiração.